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Com dois perdedores, Ricardo Nunes se diz 'satisfeito' e confirma que 2024 foi sua última eleição; mas quem realmente saiu 'ganhando' com essa vitória?

  • Foto do escritor: InFoco News
    InFoco News
  • 28 de out. de 2024
  • 5 min de leitura

O prefeito reeleito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou nesta segunda-feira (28) em entrevista à BandNews TV que não pretende se candidatar em futuras eleições. Ele expressou gratidão, dizendo que Deus foi muito generoso com ele, e destacou que a campanha de 2024 deve ter sido a sua última.


Durante a manhã de entrevistas após o segundo turno, Nunes também compartilhou suas primeiras impressões sobre a distribuição de secretarias e abordou temas como o reajuste da passagem de ônibus.


  • O prefeito sinalizou a vontade de manter valor atual das tarifas de ônibus para 2025, mas não bateu o martelo. "Quando chega em dezembro é que a gente pega todos os dados do dissídio, valor do diesel e a questão de política pública de mobilidade para tomar uma decisão", afirmou em entrevista à TV Globo, a primeira após vitória no segundo turno.




Passagem está congelada em R$ 4,40 desde 2020.


"Em dezembro, eu sento com a equipe para tomar a decisão se a gente consegue manter, o que é a minha vontade, ou se não consegue manter e explicar o porquê. Se eu mantive durante quatro anos congelado, é porque eu tenho esse tipo de política."

Ricardo Nunes


  • Nunes citou importância de incentivar o uso do transporte coletivo. Hoje, a cidade de São Paulo oferece tarifa zero aos munícipes aos domingos. O prefeito afirmou que, antes da pandemia, a cidade tinha nove milhões de passageiros —atualmente são sete milhões.


"Minha vontade é de manter o valor da tarifa, mas não posso ser irresponsável. Não posso tirar da saúde, educação, habitação. Preciso governar mantendo todas as pastas equilibradas."

Ricardo Nunes


  • Nunes afirmou que subsídios permitem que a tarifa do transporte municipal não custe R$ 11,20. "O subsídio não dá dinheiro para empresa. Os idosos, que tem direito a gratuidade, custam R$ 1,4 bilhão. Se você pegar nossos estudantes, custam R$ 700 milhões. PCD custa R$ 500 milhões. Essa gratuidade a prefeitura tem que pagar, é um direito e a prefeitura que remunera." No estado, a tarifa do Metrô e CPTM foi reajustada para R$ 5 neste ano.


"Se não fosse o subsídio, nós não teríamos R$ 4,40 de tarifa. A tarifa seria R$ 11,20. E você não quer pagar R$ 11,20, eu não quero que você pague R$ 11,20. Eu quero que a gente pague a menor tarifa possível porque o transporte coletivo é fundamental e o trânsito na cidade é enorme."

Ricardo Nunes


  • Ricardo Nunes também falou sobre a promessa de implantar o Mamãe Tarifa Zero. Além da gratuidade aos domingos, a intenção é de que as mães possam levar os filhos para a creche sem pagar a passagem durante a semana. Nunes afirmou trabalhar em parceria com o governador Tarcísio de Freitas na ampliação do Metrô e o atendimento do transporte coletivo na cidade.



Planos para secretarias


Vice pode ganhar secretaria. Ao falar de seu vice-prefeito, Coronel Mello Araújo, indicado por Bolsonaro para compor sua chapa, Nunes afirmou que o ex-comandante da Rota pode ganhar um secretariado. Apesar disso, ele declarou que só vai decidir os nomeados em dezembro.


Apesar disso, o prefeito reeleito adiantou que não deve mudar muito a composição do secretariado. "Estamos falando de um governo reeleito, que avançou bastante e a população aprovou. Logicamente que tem que ter as mudanças para melhorar o que for preciso, mas não deve ter muitas mudanças no secretariado."


Ele ainda afirmou que fez laços com nomes indicados por Covas, de quem foi vice em 2020, apesar de não aprovar alguns. "As pessoas que o Bruno havia escolhido com o decorrer do tempo a gente foi criando relações, né?. (...) Isso foi acontecendo com vários secretários, mas teve alguns que foram se expurgando naturalmente, foram saindo. (...) Lógico que algumas mudanças precisa ter, porque elas acontecem todos os anos, você traz pessoas que tem vínculo com a prioridade daquele momento. Algum partido pode fazer sugestões, mas quem escolhe sou eu, é minha responsabilidade."


Nunes não pretende criar novas secretarias. Questionado sobre pastas de mananciais e defesa dos animais, ele rejeitou as ideias. "Minha gestão é uma gestão de governo enxuta. (...) Eu prefiro por o dinheiro nas ações, que criar e pagar toda a infraestrutura de uma secretaria. Vamos sentar e analisar, mas a princípio não é meu desejo", disse ele à CNN. Ao programa Balanço Geral, da TV Record, o prefeito afirmou que, se houver mudanças, serão coisas mais pontuais.


"Estamos constituindo um grupo de trabalho de transição para avaliar isso. Alguma alteração sempre tem porque, independente da eleição, algum secretário não tem mais o perfil para as novas metas."

Ricardo Nunes



QUEM DE FATO 'GANHOU' ESSA ELEIÇÃO?


  • Bolsonaro perdeu, Lula perdeu e quem ganhou mesmo foi Tarcísio de Freitas, que viu o Ricardo Nunes lançar, com maestria, a candidatura do governador de São Paulo à presidência.




O líder local, herdou a prefeitura de Bruno Covas. Sem carisma, sem jeito, venceu. E se mostrou um grande entendedor da política nacional, ao fazer o primeiro movimento para as próximas eleições presidenciais.


Citou Bolsonaro apenas uma vez no discurso, mas falou várias vezes no governador de São Paulo. Chamou Tarcísio de Freitas de “líder maior”. E disse de novo, avisando que repetiria para ninguém achar que foi sem querer. Depois, lançou uma frase com jeito de jingle de campanha para daqui a dois anos: Tarcísio é o presente, mas seu sobrenome é futuro. Certamente a frase desagradará muito Jair Bolsonaro, que espera estar na urna em 2026.


São Paulo é uma derrota do PT, uma derrota de Lula, mas também é de Bolsonaro – o que é surpreendente após esses anos cansativos de polarização.

Você deve estar se questionando: “mas foi o ex-presidente que inventou Tarcísio de Freitas.


É que a conta a ser feita é a seguinte: a esquerda perdeu em São Paulo, só ganhou no Nordeste mesmo em Recife – mas com João Campos, do PSB.

Enquanto isso, a centro-direita venceu e se fortaleceu, mas não a direita bolsonarista. E ela está se aglutinando ao redor de Tarcísio de Freitas.


Ele é chamada de “direita moderada”, mas com as urnas abertas fez uma acusação ao candidato adversário do grupo dele, Guilherme Boulos, do PSOL. Acabou acusado de estar cometendo crime. Agora, terá que responder uma notícia crime que chegou ao TSE. Para a sorte de Tarcísio, o assunto será tratado pelo ministro Nunes Marques.


Mas não é somente sobre sorte. Tarcísio, quando falou, também não falou de Bolsonaro, não citou Bolsonaro. Baleia Rossi, o presidente do partido de Nunes, não citou o líder da extrema-direita. Bradou que a vitória se deve ao Tarcísio, um Tarcísio aclamado.


Entenderam?




 
 
 

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